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O CEO da iFixit critica gigantes da tecnologia.

O cofundador e CEO da iFixit, Kyle Wiens, acusou empresas como Apple, Samsung e Microsoft de manipular o design dos seus produtos e a cadeia de abastecimento para evitar que consumidores e empresas de reparação externas tenham acesso às ferramentas e peças necessárias para reparar os equipamentos.

Em declarações na Comissão de Produtividade sobre os direitos à reparação na segunda-feira, Weins aproveitou a oportunidade para dar exemplos específicos de como algumas das maiores empresas de tecnologia estão a impedir os consumidores de reparar os equipamentos.

 

Apple, Samsung e Microsoft dificultam a reparação de equipamentos

“Vimos fabricantes a restringir a nossa capacidade de comprar peças. Há um fabricante alemão de baterias chamado Varta que vende baterias para uma grande variedade de empresas. A Samsung usa essas baterias nos seus Galaxy Buds (…) mas quando nos dirigimos à Varta e perguntamos por determinadas peças de reparação, eles dizem ‘Não, o nosso contrato com a Samsung não nos permite vendê-las’. Isto vê-se cada vez mais”, disse ele.

Também a Apple foi outra empresa duramente criticada por usar peças diferentes:

“A Apple é famosa por fazer isso com os chips dos seus computadores. Há um chip de carregamento específico no MacBook Pro (…) há uma versão padrão da peça e há a versão da Apple da peça que fica ligeiramente ajustada, mas é ajustada o suficiente para que só funcione neste computador, e essa empresa está novamente sob exigência contratual com a Apple. “

Kyle Wiens destaca ainda que uma empresa de reciclagem com sede na Califórnia foi contratada pela Apple para reciclar peças suplentes que ainda estavam em condições novas.

“Na Califórnia, a Apple parou de fornecer peças e prefere ter depósitos cheios, ao invés as vender no mercado. Alguém como eu, que ansiosamente as teria comprado. Eles estão a pagar para as destruir”, disse Wiens.

O CEO da iFixit também apontou para um exemplo envolvendo um laptop Microsoft Surface.

“[A iFixit] avaliou-o na pontuação de reparabilidade, normalmente avaliamos os produtos de 1 a 10. O Surface teve um zero. Ele tem a bateria colada (…) tivemos que abrir caminho no produto e destruí-lo no processo de tentar entrar”, disse o CEO da iFixit.

Impressão 3D, será uma solução?

Quando questionado sobre se a impressão 3D de peças suplentes poderia ser uma forma potencial de contornar os produtos para reparações, Wiens reconheceu que, embora pudesse ser uma solução, não seria prática para produtos baseados em tecnologia. “A impressão 3D é uma ideia maravilhosa (…) temos alguns modelos impressos em 3D no iFixit (…) infelizmente, na nossa análise de peças, cerca de 2% de todas as peças podem ser impressas em 3D com a tecnologia atual”, disse ele.

Para além disto, foi ainda abordado o índice de reparabilidade implementado em França no início de 2021. Este foi criado para incentivar os fabricantes a exibir informações claras sobre a capacidade de reparação dos seus produtos. Atualmente aplica-se a cinco categorias de produtos: smartphones, laptops, televisores, máquinas de lavar e cortadores de relva.

Com base nesta observação, Weins apontou uma pesquisa recente da Samsung que mostrou que para 86% dos cidadãos franceses o índice tem impacto no comportamento de compra, enquanto 80% diz ter desistido da sua marca preferida por um produto mais reparável. “Isso está a influenciar o comportamento do consumidor”, remata.

 

Fonte: ZDNet

 

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